Trabalhadores da Ceagesp decidem encerrar paralisação na Vila Leopoldina
sexta-feira, 30 de março de 2012Os trabalhadores da Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo) decidiram encerrar a paralisação iniciada ontem em protesto contra o novo sistema de controle do estacionamento. A decisão foi tomada pelos sindicatos e associações da categoria em reunião com permissionários na tarde desta quinta-feira, segundo José Luiz Batista, diretor da Sincaesp (Sindicato dos Permissionários em Centrais de Abastecimento de Alimentos do Estado de São Paulo).
Segundo um dos permissionários que acompanhou a reunião, a decisão de finalizar a paralisação não ocorreu em função do pedido de reintegração de posse feito pela diretoria da companhia à Justiça, e sim devido ao possível problema de abastecimento que poderia acarretar à população.
O vice-presidente da Sincaesp, Celso Tadashi Ishii, protocolou documento na Ceagesp informando que os representantes dos trabalhadores concordam com a suspensão do edital por 15 dias (prorrogáveis por mais 15) para dar início as discussões, conforme proposta apresentada ontem (28) pela Companhia em reunião.
O retorno dos trabalhadores, que incluem comerciantes, permissionários, transportadores, entre outros, deve ocorrer ainda hoje.
Durante o protesto desta quinta-feira, houve tumulto com correria, empurrões e gritaria entre os manifestantes. Segundo a assessoria da companhia, trabalhadores impediram a entrada de caminhões e quebraram alguns boxes de venda. Algumas pessoas carregavam pedaços de paus.
Os sindicatos, no entanto, afirmam que a confusão não foi feita por funcionários em paralisação. Segundo eles, tratava-se de pessoas “alheias ao protesto que tentavam se aproveitar da situação para causar tumulto”.
Com o tumulto, a Ceagesp foi fechada, e, no início da tarde, a direção do local entrou com um pedido de reintegração de posse na Justiça.
Segundo diretor operacional da Ceagesp, Luiz Ramos, a reunião de ontem havia proposto o adiamento por 15 dias do processo de escolha da empresa que vai gerir o novo sistema e abertura para negociação com os sindicatos.
Os trabalhadores exigiam, no entanto, o cancelamento do edital de licitação que prevê, entre outras coisas, a taxação da circulação de veículos dentro no entreposto, mas cederam à proposta da Ceagesp.
O presidente da Apesp (Associação dos Permissionários do Entreposto de SP), Carlos Eduardo Haiek, afirmou que a categoria iniciou os trabalhos normalmente na manhã de hoje, como havia sido determinado em reunião realizada ontem, mas um grupo ainda não identificado provocou a confusão e exigiu a paralisação do funcionamento.
EDITAL
A Ceagesp já elaborou um edital de contratação de uma empresa para gerir o novo sistema, que terá 299 câmeras e portarias automatizadas. O valor do contrato é estimado em R$ 147,6 milhões.
Para Celso Itiki, comerciante da Ceagesp, o novo sistema é necessário devido a crimes e ao abuso de caminhoneiros. “Tem caminhão sem frete que fica esperando o dia inteiro para ver se consegue uma carga.”
Ele, porém, diz que produtores e compradores não devem ser cobrados.
A Ceagesp afirma que um sistema eficiente de segurança para o estacionamento é uma exigência do Ministério Público por causa das denúncias de prostituição de adolescentes na área do entreposto.
No edital, a companhia reconhece os problemas: “Frequentemente são detectadas situações criminosas, tais como furtos, roubos, brigas, prostituição, contrabando etc.”.
O entreposto tem cerca de 1.200 comerciantes. Segundo Itiki, o objetivo do protesto é incluir no edital a isenção que reivindicam, para que ela fique garantida. De acordo com ele, a Ceagesp diz que a demanda poderá ser negociada.
Fonte: Folha.com
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